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Planta aquática aumenta extração de manganês do estuário do Rio Doce
Agronegócio
Publicado em 07/07/2022

Concentração de manganês na taboa daquela região é 2.000% maior do que o índice geralmente encontrado

A recuperação do estuário do Rio Doce, afetado drasticamente pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015, ganhou um novo componente positivo.

Os resultados de um estudo que acaba de ser publicado no Journal of Cleaner Production mostram que a Taboa (Typha domingensis), espécie de planta aquática naturalmente encontrada na região, aumenta o potencial de fitorremediação do manganês em até 2.000%.

O estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), tem como primeira autora a engenheira agrônoma Amanda Duim Ferreira e traz informações que podem direcionar políticas públicas na região.

“A planta já está crescendo espontaneamente sobre os rejeitos lá no estuário e os dados desse artigo mostram esse potencial natural. O que podemos fazer para aumentar esse potencial é aplicar técnicas de manejo, como as já utilizadas em plantas comerciais (adubação, densidade de plantio, época de colheita) para aumentar a produção de biomassa, o que potencializará o processo de remediação”.

Manganês – o manganês é um elemento abundante na natureza e por isso muitas vezes não é percebido como tóxico, mesmo quando encontrado em elevadas concentrações no solo e na água. Conforme os pesquisadores, não existem valores limites de manganês para solos, apesar de pesquisas apontarem efeitos tóxicos em plantas, animais e seres humanos. Em seres humanos as elevadas concentrações de Mn são associadas a doenças como o Alzheimer, além de outros distúrbios neurodegenerativos e do sistema nervoso central.

Segundo outro estudo publicado anteriormente pelo grupo da Esalq, o risco das elevadas concentrações de manganês em água se refletiram em altos teores de manganês em duas espécies de peixes, o bagre amarelo (Cathoropus spixii) e o peixe-gato marinho (Genidens genidens), ambos comumente consumidas pela população local, fato que representa um risco crônico para a saúde das comunidades ali presentes.

Além de Amanda Duim Ferreira, estão envolvidos no desenvolvimento do projeto pesquisadores do Grupo de Estudo e Pesquisa em Geoquímica de Solos da Esalq, que tem coordenação de Tiago Osório Ferreira, professor do Departamento de Ciência do Solo. A pesquisa conta com financiamento da FAPESP, FAPES, CAPES e CNPq, além da colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal Fluminense e da Universidade de Santiago Compostela, da Espanha. Clique aqui e acesse na íntegra.

Com informações da Esalq/USP
Foto: 
Amanda Duim Ferreira

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